sábado, 14 de abril de 2012

Cachaça. Não Rum Brasileiro!


Você já deve ter visto no nosso Twitter e Facebook a excelente notícia da semana: o reconhecimento da cachaça como produto brasileiro pelos EUA.

O Clube do Alambique já havia falado aqui sobre os problemas da falta de legalização do nosso produto que desde o ano 2000 é exportado com a inscrição “Brazilian Rum” (Rum Brasileiro) em seu rótulo, já que na classificação é levada em conta a matéria prima do produto. Apesar das duas bebidas serem feitas de cana-de-açúcar, existem grandes diferenças nas composições físico-químicas e sensoriais.

Em troca de cartas assinadas esta semana pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o representante de Comércio dos Estados Unidos, Ron Kirk, os Estados Unidos se comprometem a reconhecer a cachaça como produto exclusivo e tipicamente brasileiro. Em contrapartida, o Brasil fará o mesmo com os uísques Bourbon e Tenessee.

O acordo marca um importante passo para os produtores nacionais e um marco de uma negociação que se arrasta por cerca de 40 anos. Os diálogos entre os dois países se intensificaram na última década justamente por causa da obrigatoriedade da denominação de rum brasileiro em seu rótulo.

A denominação obrigatória já fazia com que nossa bebida entrasse perdendo no mercado norte-americano, já que existe proteção fiscal ao rum no país. Além de questões econômicas e emocionais, a assinatura do acordo representa um grande avanço para o reconhecimento do nosso destilado na Organização Mundial do Comércio (OMC). Com essa certificação só produtos nacionais, que atendam aos padrões de qualidade poderão ser chamados de cachaça.

Em números do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), ano passado as exportações de cachaça foram de US$ 17,3 milhões para todo o mundo. Desse total, US$ 1,8 milhão, mais de 10%, foi vendido para os Estados Unidos.


Fontes: IBRAC e G1

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