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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Regulamentação da cachaça

Cachaça em pauta na Câmara dos Deputados. Apesar de grandes avanços recentes sobre a regulamentação da bebida brasileira, ainda falta muito a ser feito.

Acontece que a bebida é produzida no país todo por milhares de produtores e ainda falta maior união, uma das maiores dificuldades do setor, como já mostramos neste post.

Novo projeto de lei para regulamentar a cadeia produtiva da cachaça segue em andamento e já traz controvérsias. Um dos pontos mais polêmicos é a diferenciação entre o destilado alcoólico de cana-de-açúcar, a aguardente de cana e a cachaça. Mas a principal diferenciação é entre a cachaça e a cachaça de alambique.

Confira na matéria da Agência Câmara de Notícias.



Relator deve manter diferenciação entre vários tipos de cachaça

O relator da proposta (PL 1187/07) que regulamenta a cadeia produtiva da cachaça, deputado Jairo Ataíde (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira (dia 7) em Brasília que deve manter o texto aprovado anteriormente, que mantém a diferenciação entre o destilado alcoólico de cana-de-açúcar, a aguardente de cana e a cachaça. Na prática, a diferença está no teor alcoólico de cada uma.

“Vou ter mais acuidade, vou analisar melhor, mas a minha tendência é manter o relatório que eu fiz anteriormente”, afirmou Jairo Ataíde, durante audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, onde o projeto está sendo analisado.

O Brasil tem 14 mil marcas de cachaça, das quais apenas 4 mil são legais. A regularização da cadeia produtiva da cachaça é discutida na Câmara há seis anos. O governo é contra, o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) também.

Mas as associações de produtores de Goiás e Minas Gerais, este último o maior Estado produtor, são a favor. Apesar das divergências, a proposta foi aprovada por unanimidade na Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, com substitutivo apresentado por Jairo Ataíde.

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
Segundo o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento, Marlo Vicenzi, o texto aprovado prejudica a luta pelo reconhecimento internacional desta bebida nacional, já regulamentada em lei de 1994 (Lei 8.918/1994).

De acordo com a coordenadora geral de Agronegócios do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Rita de Cássia Milagres, foi graças à lei que o mercado conquistou vitórias como o reconhecimento da bebida nos Estados Unidos, que antes não distinguia a cachaça do rum.

O presidente da diretoria executiva do Ibrac, Vicente Bastos Ribeiro, acrescenta que a cachaça seria a única bebida no Brasil com uma lei específica para estabelecer normas para a produção e rotulagem, o que é feito por meio de atos normativos para outras bebidas.

Vicente Bastos Ribeiro lembra que o texto prevê quatro tipos de aguardente de cana: “Não faz sentido um projeto de lei que faça uma mudança tão radical na base normativa. Tão radical e dramática porque muda a própria definição do que é cachaça”.

CACHAÇA DE ALAMBIQUE
O projeto diferencia o destilado alcoólico de cana-de-açúcar, a aguardente de cana e a cachaça. Mas a principal diferenciação é entre a cachaça e a cachaça de alambique. A representante da Associação Mineira de Produtores de Cachaça (Ampac), Darlene Pinto, defende a diferenciação para que o consumidor saiba que está consumindo não uma cachaça qualquer, mas uma cachaça de alambique, método de produção do século 16.

“O consumidor precisa saber por que o produto é mais caro; eu preciso saber por que eu pago mais caro, por que eu vendo mais caro: qual a diferença da minha, que é cachaça [de alambique] e que não é feita com água, álcool e açúcar”, diz Darlene.

SEM DIFERENÇAS QUÍMICAS
O presidente da Associação Brasileira de Bebidas, Ricardo Gonçalves, afirma que nenhuma outra bebida destilada é subdividida com base em tecnologia de destilação e que quimicamente não há diferença alguma entre cachaça de alambique e cachaça industrial.


Segundo o Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, o Brasil produz em média 800 milhões de litros de cachaça e exporta 8 milhões, o que gera uma receita de US$ 15 milhões.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O bagaço da laranja...

Hoje não falaremos de cachaça! Isso porque essa denominação é usada apenas para a bebida feita a partir do mosto fermentado da cana-de-açúcar com gradação alcoólica entre 38% e 48%. Viemos falar de aguardente, que é o nome de qualquer bebida obtida a partir da fermentação de vegetais doces. 

Já falamos aqui sobre a irradiação da cachaça, novo processo que ainda está em testes e serviria para otimizar a produção da bebida. Agora apresentamos uma aguardente feita a partir do bagaço da laranja. 

Mas o que isso tem a ver com cachaça? Talvez não muito. A intenção aqui é mostrar como a ciência e a tecnologia estão aí, ampliando, transformando e trazendo inovações à indústria da bebida. 

É claro que muitos devem ver com maus olhos as inovações, mas elas estão aí e mostram que é possível aliar as técnicas tradicionais aos novos processos

E você, o que acha da tecnologia na produção da cachaça? 




Pesquisadores da Unesp produzem aguardente do bagaço da laranja 
Técnica desenvolvida em Araraquara, SP, é considerada mais econômica. Pedido de patente foi feito, mas ainda não há previsão de comercialização. 


Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara (SP) desenvolveram uma aguardente produzida a partir do bagaço da laranja. A técnica é econômica, porque é feita com os resíduos descartados da produção de suco e a um custo menor que da cachaça feita de cana-de-açúcar. Os pesquisadores já entraram com pedido de patente da nova bebida, mas ainda não há previsão para a comercialização.

Os testes da aguardente foram feitos nos alambiques da universidade. Ela é produzida a partir do líquor, o líquido extraído do bagaço da laranja. Após ser fermentado e destilado, o líquido se transforma em bebida alcoólica. As primeiras amostras não deram certo, mas os pesquisadores descobriram que a bebida envelhecida em tonéis de madeira, como o uísque, se torna um produto de qualidade.

“Quando o aluno me trouxe o produto para eu ver se tinha dado certo e ele não me falou nada eu não pensei que fosse aguardente, perguntei o que era e le me disse que era a nossa bebida”, afirmou o professor e pesquisador João Bosco Farias.

Uma análise de viabilidade econômica da produção da bebida de bagaço de laranja foi feita e, segundo os pesquisadores, se todo o resíduo da indústria da laranja fosse utilizado, a produção da nova aguardente no país seria de um bilhão de litros por ano.

A produção tem um custo menor que o da produção de cachaça envelhecida, à base de cana-de-açúcar. A principal economia da nova bebida está na matéria-prima, já que o bagaço é sobra da fabricação de suco.

Os pesquisadores estudam como tornar o negócio ainda mais vantajoso, reutilizando o produto que faz a fermentação da cerveja, que também é descartado e pode servir para a fabricação da aguardente.

O produtor de cachaça artesanal Luiz Vanalli experimentou e gostou do resultado. Ele, que já exporta a aguardente que produz para a Inglaterra, diz que basta investir em qualidade para conquistar o mercado. “Todo o produto que tem qualidade e é diferenciado tem lugar no mercado brasileiro e no exterior também”, disse.

Fonte: G1

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Cachaça, pinga e aguardente: sobre as diferenças


Cachaça, pinga e aguardente. Se você é chegado na bebida, essas palavras certamente fazem parte do seu vocabulário. Mas afinal, é tudo mesma coisa?

A resposta é não. A diferença não está somente na nomenclatura que elas trazem. Muitas vezes, a aguardente de cana-de-açúcar é chamada de cachaça de forma errada. O que diferencia as duas bebidas é a graduação alcoólica, definida na hora da destilação.

A cachaça é o destilado feito do caldo da cana com graduação alcoólica entre 38 e 48%. Já aguardente é a denominação dada às bebidas alcoólicas obtidas pela fermentação e posterior destilação. A matéria-prima pode ser frutas como laranja, banana, caju e outras; cereais como a cevada e o milho; tubérculos como beterraba, mandioca e batata, além de outros. Alguns exemplos são vodca, rum, gim e cachaça.

Aguardente é o destilado feito da fermentação do suco de caldo de cana de açúcar, com graduação alcoólica entre 38 e 54%”, explica o grande cachacista Jairo Martins da Silva. Sendo assim, toda cachaça é uma aguardente de cana, mas nem toda aguardente de cana é cachaça.

O autor do livro Cachaça: o mais brasileiro dos prazeres continua. “Quando se adiciona açúcar acima de 6 g/litro, a aguardente não pode ser mais chamada de cachaça e adota o nome de 'aguardente de cana adoçada'”, conclui.

cachaça e pinga são a mesma coisa. Pinga é o nome “vulgar” da cachaça.

Mais: cachaça é o nome dado ao nosso destilado da cana-de-açúcar. Somente as bebidas produzidas no Brasil podem levar essa nomenclatura.

Quer aprender um pouco mais sobre a nomenclatura? Confira o vídeo produzido pelo Mapa da Cachaça com Leandro Batista, Sommelier de Cachaça do Restaurante Mocotó.